[…] Eileen era protestante e quando era mais nova ela conheceu umas crianças que brincavam com os protestantes e os protestantes ficavam tirando sarro da ladainha da Santíssima Virgem. “Torre de Marfim “ eles diziam,“Casa de Ouro!”. Como uma mulher podia ser torre de marfim ou casa de ouro?[…]
[…] Eileen tinha mãos longas e brancas. Um dia quando eles estavam brincando de pega, ela pôs as mãos nos olhos dele: longas e branca e finas e frescas, macia. Isso era marfim: uma coisa branca e fresca. Era esse o sentido de “Torre de marfim”[…] mas os protestantes não conseguiam entender e ficavam tirando sarro[..] Ela disse que o bolso era uma ideia bem esquisita: e aí de repente saiu correndo e foi embora rindo, descendo a curva da trilha. O cabelo claro desfraldou como ouro sob o sol. “Torre de Marfim”. “Casa de Ouro”. Pensando nas coisas você entendia. […]
Um retrato do artista quando Jovem — James Joyce.